Geller aponta contradição política no STF: “Fux, indicado por Dilma, votou a favor de Bolsonaro”
Em entrevista à RBT News, o ex-deputado federal Neri Geller falou sobre o funcionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e as indicações políticas para a Corte. Durante a conversa, ele destacou o caso do ministro Luiz Fux, que recentemente votou de forma favorável ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O ministro Fux votou pela inocência do Bolsonaro. E quem indicou o Fux? Foi a presidente Dilma Rousseff. Então veja: uma indicação de um governo de esquerda votando a favor de alguém da direita. Isso mostra que não é tão simples dizer que o STF está alinhado com um governo ou outro”, afirmou Geller.
Geller também fez críticas ao sistema de indicações para o Supremo, destacando que, apesar de ser um processo formal,com nomeação pelo presidente da República e aprovação pelo Senado, ele acredita que há uma percepção pública de que essas escolhas podem gerar vínculos políticos.
“A indicação é política, claro, mas depois de indicados, os ministros não são mais subordinados a ninguém. Isso, às vezes, causa surpresa nas decisões. O Congresso tem uma temperatura, o Judiciário tem outra, e quando essas relações ficam tensas, decisões diferentes aparecem”, argumentou.
O ex-deputado também fez referência à sua própria trajetória política e jurídica:
“Eu mesmo fui cassado e depois inocentado pelo mesmo plenário que me tirou do cargo. Fui vítima do sistema, mas nunca tive medo de dizer a verdade. O problema é estrutural”, disse.
Por fim, Geller reforçou que o debate sobre o funcionamento do STF e das instituições deve ser feito com responsabilidade, sem transformar adversários em inimigos.
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