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Estudo Aponta Mais de Mil Entregas Voluntárias de Animais Silvestres em Mato Grosso

Estudo Aponta Mais de Mil Entregas Voluntárias de Animais Silvestres em Mato Grosso

Estudo Aponta Mais de Mil Entregas Voluntárias de Animais Silvestres em Mato Grosso

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), conduzida pela pesquisadora Giseli Gomes Dalla Nora, revelou que mais de 1.045 animais silvestres mantidos em cativeiro foram entregues de forma voluntária às autoridades ambientais em Mato Grosso, entre 2015 e 2020.

O estudo analisou dados dessas “entregas espontâneas” e destacou a importância desse ato para a reabilitação da fauna local, além de trazer reflexões sobre a ligação entre essa prática e o tráfico de animais silvestres.

O que são entregas espontâneas?

As entregas espontâneas ocorrem quando pessoas voluntariamente devolvem animais silvestres em cativeiro às autoridades, sem penalidades, conforme previsto na legislação ambiental brasileira. Essa prática é regulamentada pela Instrução Normativa IBAMA nº 5/2021 e busca promover a reabilitação dos animais e sua reintrodução na natureza.

Embora incentivada por lei, a prática também pode refletir atividades irregulares, como o tráfico ou captura ilegal para criação doméstica.

Dados sobre os animais entregues

O levantamento apontou que aves (620), répteis (261) e mamíferos (164) foram os grupos mais entregues. Durante o mesmo período, cerca de 339 animais foram apreendidos em ações de combate ao tráfico no estado. Aves como papagaios e araras, famosas pelo canto e plumagem colorida, lideram os números tanto nas entregas quanto nas apreensões.

Os pesquisadores destacam que muitos animais entregues voluntariamente apresentam sinais de domesticação, como asas cortadas, sugerindo uma conexão com o comércio ilegal.

Desafios para o cuidado e reabilitação

O estudo evidenciou a carência de estrutura em Mato Grosso para lidar com o grande número de animais resgatados. O estado conta com apenas um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), inaugurado em 2020, em Lucas do Rio Verde. Além disso, o Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA) enfrenta dificuldades devido à falta de instalações adequadas, recorrendo a estruturas improvisadas.

Segundo a pesquisa, é urgente ampliar a infraestrutura, criar novos centros de triagem e integrar melhor os órgãos ambientais para atender à demanda crescente por reabilitação e combate ao tráfico de animais silvestres no estado.

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