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Mãe relata preconceito com filha com síndrome de Down: “Já ouvi que ela era retardada. Isso dói”

Mãe relata preconceito com filha com síndrome de Down: “Já ouvi que ela era retardada. Isso dói”

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O preconceito contra crianças com síndrome de Down ainda é uma ferida aberta na sociedade. Apesar dos avanços na inclusão e no acesso à informação, relatos como o de uma mãe que prefere não se identificar mostram que o caminho para o respeito e a empatia ainda é longo.

“Já vivi muitas situações assim. Uma das mais recentes foi no dia 21 de março do ano passado, justamente o Dia Internacional da Síndrome de Down. Fui até a escola da minha filha para presenteá-la, e fui destratada. Senti na pele o desprezo”, desabafa.

 

Mãe de uma menina com síndrome de Down, ela conta que, desde muito cedo, precisou lidar com olhares tortos, comentários cruéis e atitudes que machucam. “Já ouvi que ela era uma criança retardada. Que se eu tivesse outro filho, nasceria com problema também. As pessoas falam como se minha filha fosse um fardo. Mas ela não é. Ela é doce, amorosa, incrível.”

Situações em espaços públicos também revelam a intolerância. “Às vezes, no mercado, ela vê uma pessoa e corre para abraçar, mesmo sem conhecer. Já vi gente empurrando ela por isso. Hoje, com o tempo, melhorou bastante. Muitas pessoas a amam, mas o preconceito ainda existe.”

Para proteger emocionalmente a filha, a mãe trabalha diariamente a autoestima da menina. “Digo sempre que ela é uma grande perda para quem não a valoriza. Ela é maravilhosa, e eu reforço isso o tempo todo. Ela ainda não entende a ironia, e por isso é ainda mais vulnerável. Já tive que dizer pra ela não abraçar certas pessoas, porque elas não gostam dela. É muito dolorido para uma mãe.”

Mesmo diante das críticas e julgamentos, ela garante que não vai se calar. “Já fui chamada de estúpida, ignorante, por defender minha filha. E eu não me importo. Eu brigo mesmo, porque ninguém vai fazer mal a ela perto de mim.”

O relato dessa mãe é um alerta: o preconceito contra pessoas com deficiência intelectual não se esconde apenas em palavras duras, mas também em atitudes silenciosas. Combater esse preconceito exige empatia, acolhimento e, acima de tudo, respeito.

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